Uma grande diferença da fotografia digital para a fotografia com filme é a existência do arquivo EXIF. É um metadado que se encontra nas imagens e possui uma grande quantidade de informações interessantes. Além das regulagens da câmera na hora da foto (ISO, diafragma, obturador, distância focal, data e hora da captura), também possui informações sobre a marca do equipamento, modelo e até número de série. O que pouca gente sabe, ou sabe e tem preguiça de fazer, é que é possível inserir informações neste EXIF. Você pode anexar seu nome, endereço, telefone, site e a proteção de Copyright. Algumas câmeras permitem que você insira essas dados diretamente nelas, assim as fotos já são capturadas com essas informações. Se sua câmera não permite isso, existem programas (inclusive o Lightroom) que possibilitam a inserção dos dados na hora da edição.
Qual a utilidade disso? A maior parte dos sites de armazenamento de fotos sérios (Flickr, Picasa, 500px) exibem essas informações. É fácil para alguém que gostou de sua foto fazer um contato ou descobrir quando pessoas mal intencionadas estão utilizando seu trabalho sem a devida autorização. Sei que e tão fácil apagar quanto introduzir essas informações, mas 90% das pessoas não se atentam a esses detalhes. Querem um exemplo disso? Vejam essa história que aconteceu em 2014 e que agora veio novamente a tona (explico no final a razão de ela ter voltado a aparecer).
No dia 11 de julho de 2014 o fotógrafo Jon Grundy, que mora em Melbourne, Austrália, anunciou online a venda de duas lentes Canon. Logo depois, o mesmo foi contatado pelo fotógrafo Bryce Wilson que mostrou interesse pelo equipamento. Depois de uma breve negociação, e de ter passado seu endereço para Wilson, esse acabou desistindo da compra dos equipamentos. Menos de uma semana depois, a casa de Grundy foi invadida e foi roubado US$ 15.000,00 em equipamentos (uma Canon 5D Mark III e uma lente EF 35mm f/1,4L). Em agosto de 2014 Grundy percebeu que Wilson havia postado em seu Instagram que havia vendido sua câmera cropada e investido em uma full frame, Canon 5D Mark II, e uma lente 35 mm. Até esse ponto tudo bem, afinal de contas qualquer um pode comprar esses equipamentos desde que tenha dinheiro.
Porém, a grande revelação aconteceu apenas em outubro de 2014 quando um fotógrafo avisou Grundy que as fotos postadas por Wilson possuíam o nome dele como autor das imagens. Isso mesmo, o esperto não apagou os dados de proprietário da câmera e nem eliminou o EXIF ao postar fotos na internet. A polícia foi envolvida e Wilson foi preso em 16 de outubro. Ao comparar o número de série da câmera e da lente constatou-se que eram os equipamentos roubados. Wilson confessou o crime e foi condenado a 100 horas de trabalho comunitário. Grundy teve seu equipamento devolvido.
Porém, a história só veio a público agora por conta de uma indignação de Grundy. Wilson se tornou nacionalmente conhecido por uma série de fotos feitas no topo de arranha céus de Melbourne. A imprensa local o batizou de Spiderman Urbano e suas fotos estão sendo vendidas online. Porém, as fotos que agora estão lucrando foram feitas com o equipamento roubado de Grundy, que não ficou nada feliz com a mensagem que a coisa toda possa estar passando. Por outro lado, Wilson diz que pagou todo o seu débito para com a sociedade cumprindo tudo o que lhe foi imposto e que acha errada a perseguição que Grundy está fazendo ao postar a história em fóruns e na imprensa local.
Porém, a mensagem principal é que você deve tomar muito cuidado na hora de fornecer informações sobre seus equipamentos e que um simples ato como configurar o EXIF de sua câmera pode te salvar em uma situação difícil.
Fonte: Meiobit
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